quarta-feira, 30 de abril de 2014



Para que serviu tudo isto?
Para os portugueses pode ter servido de lição.
Por isso exigimos MUDANÇA.

Por uma política solidária, a pensar nas pessoas. Por uma Europa integrante onde os europeus estejam integrados. Por um país mais justo. Por um NOVO RUMO para Portugal.

domingo, 27 de abril de 2014



Não “divido” o 25 de Abril com todos
Ninguém é dono do 25 de Abril. Tal como ninguém é dono da liberdade ou da democracia.
Mas também não “divido” o 25 de Abril com todos. Porque sinto que ainda existe neste país pessoas, algumas das quais em cargos de relevância neste país, com o 25 de Abril “atravessado na garganta”. Por vezes conseguem disfarçar melhor a sua nostalgia do 24 de Abril, outras vezes nem tanto…

Sem cravo e sem faladura…
Este ano as comemorações do 25 de Abril em Mação mereceram honras de uma sessão solene da Assembleia Municipal. Finalmente!
Estou de acordo com a iniciativa ou não a tivesse eu sugerido numa reunião de Câmara no início deste ano. Tal como sugeri que o centenário do início da I Grande Guerra, que também se comemora este ano, e na qual morreram alguns maçaenses, deveria merecer uma celebração especial.
Lamento que que o palco onde decorreu a sessão solene da Assembleia Municipal alusiva ao 25 Abril ( o auditório Elvino Pereira) não tivesse sido enfeitado com um simples ramo de cravos. Goste-se ou não da dita flor e do seu simbolismo, era justo que os cravos da liberdade tivessem estado presentes. Assim, ficaram-se apenas pela lapela dos autarcas do Partido Socialista e de mais uns quantos presentes.
Mas lamento, sobretudo, que numa Assembleia Municipal comemorativa de Abril, não tivesse sido dada a possibilidade ao público presente (cerca de 4 dezenas de pessoas) de usar da palavra, se assim o entendessem.
Gostaria que a sessão solene da Assembleia Municipal tivesse tido outro brilho. Confesso que no final da Assembleia Municipal fiquei com alguma sensação de que ela serviu apenas para “cumprir calendário”…
Nuno Neto

domingo, 20 de abril de 2014


40 anos de 25 de Abril, 2014



No giro anual do tempo que passa, há datas que ficam, que perduram. O 25 de Abril é uma delas. Está inscrita em caracteres inolvidáveis no calendário de honra da nossa História. Pertence de pleno direito ao número reduzido de efemérides nunca efémeras e para sempre a assinalar pela Nação Portuguesa.

Manuel Alegre escreveu este pequeno poema

«Foram dias foram anos a esperar por um só dia.
Alegrias. Desenganos.
Foi o tempo que doía com seus riscos e seus danos.
Foi a noite e foi o dia na esperança de um só dia».

Ao romper da aurora o dia desabrochou cravos nos canos das espingardas. A matina fez-se vermelha como todas as que anunciam um grande dia.
O vento arrastou a voz de Zeca Afonso pondo no ar músicas de que a ditadura não gostava. Grândola Vila Morena foi escolhida como hino dos que a partir desse dia já podiam gritar.
No Rádio Clube, os militares do MFA desdobram-se em explicações à população sobre um país feito de novo. Sobre a democracia e liberdades.
Foi um dia diferente num país onde nada acontecia. Recordemos que depois da inauguração da “ponte”, o maior acontecimento nacional até 25 de Abril de 1974 foi o aumento da “bandeirada dos táxis” de 1$50 para 2$00.

Foi a partir desse dia que se ouviram muitas palavras novas: Fascismo; Ditadura; Democracia; Latifúndio; Monopólio; Eleições; Revindicações…

Um ano depois, a 25 de Abril de 1975, os portugueses votaram pela primeira vez em liberdade desde há muitas décadas.

Dois anos depois de avanços e conquistas democráticas, a 2 de Abril de 1976 foi aprovada a nova Constituição da República.

Hoje, 40 anos depois desse Abril, para os mais jovens será difícil imaginar o que era viver nesse Portugal, onde rara era a família que não tinha alguém a combater em África, o serviço militar durava quatro anos, a expressão pública de opiniões contra o regime e contra a guerra era severamente reprimidas, os partidos e movimentos políticos se encontravam proibidos, as cadeias políticas cheias, os oposicionistas exilados, os sindicatos controlados, a greve interdita, o despedimento facilitado, a vida cultural vigiada. Um país com polícia política, com censura, com eleições que eram “farsas”, com gente a passar fome ou a passar a fronteira para a enganar. Com um a taxa de analfabetismo superior a 50%, principalmente no interior e aumentando nas pessoas do sexo feminino. Onde a televisão chegava apenas a uma minoria e a maioria do território nem sequer electricidade ou água canalizada conhecia. Com o maior índice de mortalidade infantil da Europa e mais um longo o rol de faltas e falhas.
40 anos depois, propositadamente ou não, esbate-se a história sobre o que o 25 Abril foi e significou. Vão desaparecendo as conquistas sociais, os direitos e garantias dos trabalhadores, as empresas públicas, os serviços para as populações. O regime democrático, a democracia, a liberdade, a paz, o desenvolvimento de Portugal são postos em risco.
Hoje, 40 anos depois, não podemos negar ou falsificar a história, branqueando a ditadura de Salazar e Caetano.
Hoje, 40 anos depois, as comemorações dos 40 anos de Abril celebram a Revolução de Abril que pôs fim a 48 anos de ditadura fascista. Os valores da Revolução de Abril criaram profundas raízes na sociedade portuguesa e projectam-se como realidades, necessidades objectivas, experiências e aspirações no futuro democrático de Portugal.
As comemorações dos 40 anos da Revolução de Abril devem pois afirmar em todo o País a indignação e mostrar claramente a recusa pelo que estão a fazer aos portugueses, a Portugal, à sua história e ao seu futuro,

Não há contas a ajustar com Abril!

Pela democracia, pela liberdade, pela paz, pelo desenvolvimento de Portugal!

Viva a Revolução de Abril!